Aprenda como funcionam os anticoncepcionais e como agem no corpo para evitar a gravidez
Antigamente, as mulheres recorriam a coisas absurdas e inusitadas na tentativa falha de evitar uma gravidez: ovos de cobras, mercúrio frito em óleo etc. Já pensou? Ainda bem que, em 1960, surgiu a primeira pílula anticoncepcional para uso por via oral com eficácia e segurança testadas. Com o passar do tempo, a medicina ainda descobriu outros métodos eficazes, com cada vez menos efeitos colaterais
Atualmente, o método mais utilizado no mundo inteiro é a pílula, um método contraceptivo ( o mesmo que anticoncepcional) hormonal, com mais de 100 milhões de adeptas. Como será que este e outros anticoncepcionais funcionam? Para saber, vamos precisar primeiro compreender como o ciclo menstrual funciona.
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Por dentro do ciclo menstrual
A mulher produz dois hormônios: o estrógeno e a progesterona, ambos para a modulação do ciclo menstrual e da ovulação. Tudo começa com a hipófise, uma glândula no cérebro: ela produz os hormônios FSH (Folículo Hormônio Estimulante) e LH (Hormônio Luteinizante). Quando estes hormônios atingem um nível alto no organismo, estimulam a produção do estrógeno e da progesterona no ovário, induzindo, assim, à ovulação e preparando o útero para a fecundação.
Como os anticoncepcionais agem em meio ao ciclo?
Os métodos contraceptivos hormonais, como o próprio nome sugere, alteram a configuração de taxas hormonais no organismo da mulher. Nada mais lógico, afinal, são os hormônios que controlam o ciclo menstrual naturalmente, como já foi citado.
O que acontece é que ao aumentar os níveis de estrógeno e progesterona no organismo, os anticoncepcionais inibem a hipófise de liberar o FSH e o LH. Isso acontece porque os hormônios sintéticos usados nos anticoncepcionais imitam o estrógeno e a progesterona. Assim, o cérebro entende que não é necessário produzir o FSH e o LH. Sem estes dois hormônios, o desenvolvimento dos folículos ovarianos é interrompido e a ovulação não ocorre.
Além da contracepção
Os hormônios regulam uma série de fatores: o crescimento, o desenvolvimento, funções de muitos tecidos e de várias partes do organismo.
Os anticoncepcionais possuem contraindicações e podem apresentar efeitos colaterais (inchaço, ganho de peso etc.). Portanto, o acompanhamento de um médico é essencial.
Além de esclarecer possíveis dúvidas, a visita a um médico irá lhe conferir a garantia de que está tudo em ordem ou, caso não esteja, diagnóstico e tratamento mais adequado. Mantenha a visita periódica a um ginecologista.
História da pílula anticoncepcional
A primeira pílula anticoncepcional, Enovid-R, lançada no mercado em 1960, foi descoberta por acaso. Por estranho que possa parecer, interessados em descobrir um caminho para combater a esterilidade feminina, os pesquisadores chegaram a uma fórmula com ação contraceptiva. Esse achado foi de extrema importância para o sucesso da Revolução Sexual, que pôs fim a séculos e séculos de repressão, sobretudo para as mulheres, e alterou padrões de comportamento, visão de mundo e estilo de vida dos dois gêneros.
Com a pílula, as mulheres se tornaram donas do próprio corpo, puderam exercer a sexualidade sem o ônus da gravidez indesejada. Isso lhes abriu as portas do mercado de trabalho e lhes possibilitou investir em novos tipos de relacionamento. Desde então, a pílula vem sendo utilizada como forma de garantir a liberdade sexual, já preconizada por pensadores como Freud, Reich e Kinsey.
As primeiras lançadas no mercado continham altas doses de estrogênio e provocavam efeitos colaterais indesejáveis, como aumento de peso, distúrbios vasculares e dor nas mamas. A redução desse hormônio e do progestogênio nas fórmulas mais modernas reduziu significativamente a ocorrência dos efeitos indesejáveis. Entretanto, seu uso é contraindicado após os 35 anos para as mulheres que fumam, porque aumenta o risco de acidentes cardiovasculares. Hoje no mercado, temos pílulas com efeitos bem menos nocivos e várias marcas como por exemplo o elani ciclo ou o ciclo 21.