O icônico Copacabana Palace abandonou o tradicional 6×1 e passou a usar jornada 5×2 para cerca de 600 funcionários, apostando no bem-estar, equilíbrio e saúde mental da equipe — um movimento raro na hotelaria que pode influenciar todo o setor.
Ah, esse hotel… O Copacabana Palace sempre foi sinônimo de glamour, tapetes vermelhos e hóspedes famosos. Mas, de uns tempos pra cá, a mudança mais notável — e talvez mais significativa — não está nos lustres nem nas suítes de luxo: está na forma de tratar quem faz tudo funcionar por trás das cortinas. Desde maio de 2025, cerca de 90% dos seus ~600 funcionários passaram a trabalhar em escala 5×2 — ou seja: cinco dias de trabalho, dois de folga por semana.
Para um setor como o da hotelaria, onde o 6×1 é quase regra, essa virada causa o tipo de impacto que vai além das folgas: questiona como se valoriza quem cuida do luxo. E, convenhamos, modernidade e cuidado com o ser humano — no fim das contas — têm tudo a ver com serviço de alto padrão.
Por que o Copacabana Palace apostou na escala 5×2
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Segundo o diretor de Recursos Humanos do hotel, a mudança não foi um capricho: trata-se de uma aposta séria em equilíbrio, saúde mental e qualidade. Ele resumiu bem: “Aqui não trabalhamos com máquinas. A autenticidade do serviço depende das pessoas, e para manter essa excelência, precisamos cuidar delas.”

Com o 5×2, os funcionários dos setores de cozinha, salão, recepção, hospedagem e demais operações ganharam não só folgas extras — mas a chance de descansar, se recuperar, ver a família, estudar ou simplesmente recuperar o fôlego. E, no setor de hotelaria de luxo, onde a excelência e atenção aos detalhes fazem toda a diferença, essa pausa pode traduzir-se em atendimento mais humano, eficiente e consistente.
Além disso, o hotel implementou benefícios como: Uber corporativo para quem sai tarde da noite; licença-paternidade de 14 dias; auxílio-creche para quem tem filho até 1 ano; espaço de descanso e amamentação; e investimentos em formação profissional, inclusive com subsídio para cursos de idiomas.
O que muda — de verdade — para quem trabalha lá
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Menos estresse e mais equilíbrio — com duas folgas por semana, o desgaste físico e mental diminui; imagine quem trabalha intensamente em cozinha, limpeza, recepção… o descanso importa demais.
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Bem-estar e qualidade de vida fora do trabalho — folgar no fim de semana facilita vida social, compromissos, estudos, família; o descanso vira algo real.
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Maior retenção de talentos — oferecer uma jornada mais humana pode ajudar o hotel a manter profissionais no longo prazo, evitando rotatividade.
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Atendimento mais consistente e “à altura” do luxo — funcionários descansados tendem a render mais, ter paciência e garantir um serviço impecável.
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Imagem moderna para o hotel e motivação — o Copacabana Palace mostra que preço e exclusividade não precisam ser sinônimos de desgaste para quem trabalha.
A escala 5×2: tendência que pode reverberar na hotelaria
A iniciativa não é totalmente isolada. Outro hotel de luxo, Palácio Tangará, também migrou para escala 5×2 recentemente. Isso sugere que o setor está — finalmente — repensando práticas antigas.
Segundo especialistas ouvidos por portais do ramo, adotar duas folgas semanais pode melhorar a produtividade e a qualidade de vida dos colaboradores, além de reduzir absenteísmo e desgaste físico. Ou seja: cuidar de quem cuida não é só “gestão bonitinha” — pode fazer diferença na eficiência e reputação de um hotel.
Se esse movimento se consolidar, talvez vejamos menos jornadas insanas e mais respeito aos ritmos de descanso em hospedagens de médio e alto padrão Brasil afora.
O que dizem os funcionários (e o que ainda falta saber)
Ainda que o hotel afirme que não precisou contratar muita gente para manter o serviço com 5×2 — dado que parte da estrutura está em reforma — a expectativa é de que, com o reinício da operação completa, o quadro seja reavaliado.
Também é esperado que a escala seja mantida mesmo em períodos de alta demanda — Réveillon, Carnaval, feriados prolongados e grandes eventos — sinalizando que a decisão não é temporária, mas uma política permanente.
Para muitos, esse tipo de mudança representa um avanço real: não só de condições, mas de olhar humano para quem dedica seu trabalho ao luxo e conforto alheio.
Perguntas frequentes sobre a escala a 5×2
P: O que significa “escala 5×2”?
R: Quer dizer que o funcionário trabalha cinco dias seguidos e folga dois dias na semana. No caso do Copacabana Palace, cerca de 90% da equipe passou para esse regime a partir de maio de 2025.
P: Por que a mudança é considerada inovadora na hotelaria?
R: Porque tradicionalmente hotéis funcionam no regime 6×1 ou em escalas extenuantes, especialmente em setores como cozinha, limpeza, recepção — onde o serviço é contínuo. Oferecer duas folgas por semana com jornada regular é raro no setor, então o Copacabana Palace quebra esse paradigma.
P: Quem está abrangido pela nova escala? Todos os funcionários?
R: Quase todos: cerca de 90% dos ~600 funcionários migraram para o 5×2. A exceção fica por conta da equipe de segurança, que continua no regime 12×36 — por exigências específicas da função.
P: Isso implica em novos contratados para suprir as folgas?
R: Até agora, não. O hotel afirma que conseguiu fazer a mudança sem ampliação significativa de pessoal, em parte porque parte da estrutura (um anexo de quartos) está em reforma e não exige operação completa — o que dá uma margem para reestruturar turnos.
P: A escala 5×2 vai valer em períodos de grande demanda, como Réveillon e Carnaval?
R: Sim — segundo a direção do hotel, a ideia é que a escala 5×2 seja mantida mesmo em alta temporada, incluindo festas de fim de ano, feriados e eventos como Carnaval. Ou seja: não é uma mudança temporária, mas uma nova política.
Conclusão
O Copacabana Palace, com toda sua tradição de luxo e glamour, dá um passo ousado e moderno ao adotar a escala 5×2 para quase toda sua equipe. A mudança representa não apenas uma melhoria na rotina dos funcionários — com mais descanso, saúde mental e equilíbrio — mas também um aprimoramento no serviço, mantendo o padrão de excelência que o hotel exige.
Se essa tendência se espalhar pela hotelaria de alto padrão, pode marcar uma virada real na forma de tratar quem faz o mundo do turismo girar: com respeito, dignidade e consciência de que, por trás do luxo, existe gente. E gente merece folga.




