De quanto em quanto tempo devo ir ao oftalmologista

Em meio à rotina acelerada, é comum deixar exames e consultas médicas para depois. No caso da saúde dos olhos, esse hábito pode custar caro. Muita gente só marca consulta com o oftalmologista quando sente que “não está enxergando tão bem”, mas esperar o sintoma aparecer nem sempre é a melhor estratégia.

A verdade é que doenças oculares muitas vezes evoluem de forma silenciosa, especialmente em suas fases iniciais. Por isso, a ida ao oftalmologista deve ser parte de um cronograma regular de cuidados com a saúde — tanto quanto ir ao clínico geral ou ao dentista.

Neste artigo, você vai descobrir de quanto em quanto tempo deve ir ao oftalmologista, quais fatores influenciam essa frequência, os riscos de adiar o acompanhamento e como a prevenção pode fazer a diferença entre manter ou perder a visão.

Ir ao oftalmologista é só para quem usa óculos?

Essa é uma dúvida comum — e um equívoco perigoso. Embora usuários de óculos ou lentes de contato tenham, sim, mais motivos para visitar o especialista regularmente, os olhos de quem enxerga bem também podem esconder alterações.

De quanto em quanto tempo devo ir ao oftalmologista

A presença de doenças como glaucoma, degenerações de retina, catarata precoce, retinopatia diabética ou mesmo tumores oculares não depende necessariamente da acuidade visual. Em muitos casos, essas condições só são detectadas com equipamentos específicos usados durante a consulta oftalmológica.

Com que frequência devo ir ao oftalmologista?

A resposta curta é: depende de quem você é e do seu histórico de saúde.

Para trazer uma resposta segura, conversamos com especialistas da área e nos baseamos em recomendações internacionais e nacionais. Também contamos com a orientação do Dr. Aron, oftalmologista da Clínica Vizon, em Campinas, que reforça a importância de adaptar a frequência conforme as particularidades de cada paciente.

A seguir, você encontra uma tabela clara com as recomendações gerais.

Frequência ideal de consultas oftalmológicas:

Perfil do paciente Frequência recomendada
Bebês (0 a 1 ano) Primeira avaliação até 6 meses
Crianças (1 a 5 anos) Anualmente, principalmente antes da alfabetização
Adolescentes e jovens (6 a 19 anos) A cada 1 ano, ou conforme necessidade escolar
Adultos saudáveis (20 a 39 anos) A cada 1 a 2 anos
Adultos com óculos/lentes de contato Anualmente
Pessoas com diabetes ou hipertensão Anualmente (ou mais, conforme quadro clínico)
Pacientes com histórico familiar de glaucoma ou catarata Anualmente
Idosos (acima de 60 anos) Uma vez por ano, com foco preventivo

Importante: Essas são diretrizes gerais. A frequência ideal deve sempre ser ajustada após a primeira avaliação clínica.

Por que a frequência muda conforme a idade?

Primeira infância: visão em formação

Os primeiros anos de vida são decisivos para o desenvolvimento visual. Problemas como estrabismo, ambliopia (olho preguiçoso) ou erros de refração podem comprometer a capacidade de aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo. Identificar e tratar precocemente evita sequelas permanentes.

Fase escolar: rendimento depende da visão

Crianças e adolescentes com dificuldades visuais tendem a ter baixo desempenho escolar, falta de atenção e até alterações comportamentais. A consulta anual garante que qualquer mudança seja corrigida a tempo.

Adultos jovens: prevenção e ergonomia digital

Nesta fase, mesmo sem alterações significativas, o uso excessivo de telas aumenta os casos de fadiga ocular, síndrome do olho seco e distúrbios de foco. Avaliações periódicas ajudam a orientar o uso correto de dispositivos e a prevenir danos futuros.

Idosos: risco elevado para doenças silenciosas

Após os 60 anos, aumentam as chances de glaucoma, catarata, degeneração macular relacionada à idade (DMRI), entre outras. Muitas dessas doenças têm evolução silenciosa e só são detectadas por meio de exames especializados.

E se eu uso óculos ou lentes de contato?

Quem já usa algum tipo de correção visual deve consultar o oftalmologista pelo menos uma vez ao ano, mesmo que esteja enxergando bem. O grau pode se modificar, o olho pode se adaptar de forma inadequada e, no caso das lentes, há o risco de infecções, úlceras de córnea e reações alérgicas se o uso não for bem monitorado.

Além disso, a simples troca de óculos em óticas sem exame clínico é um risco desnecessário. Apenas o oftalmologista tem autonomia e capacidade para avaliar o estado geral da visão e da saúde ocular.

Quais sinais indicam que você deve ir ao oftalmologista o quanto antes?

Mesmo fora da rotina anual, alguns sintomas exigem atenção imediata:

  • Visão embaçada repentina
  • Manchas ou pontos escuros na visão
  • Dores nos olhos ou ao redor
  • Vermelhidão persistente
  • Dificuldade para enxergar à noite
  • Sensibilidade à luz
  • Olhos secos ou com lacrimejamento constante
  • Perda de campo visual (visão lateral)

Esses sinais podem indicar desde condições simples, como erro refrativo, até doenças mais graves, como glaucoma agudo ou descolamento de retina. Quanto mais cedo forem diagnosticadas, maiores as chances de tratamento eficaz.

Consultas oftalmológicas em clínicas particulares: quanto custa?

Em 2025, o valor de uma consulta particular com exames oftalmológicos básicos inclusos (refração, tonometria, mapeamento de retina, biomicroscopia) varia entre R$ 250 e R$ 500, dependendo da cidade e da estrutura da clínica.

Se for necessário realizar exames complementares, como:

  • Campimetria visual (R$ 150 a R$ 300)
  • Tomografia de retina (OCT) (R$ 300 a R$ 600)
  • Retinografia colorida (R$ 180 a R$ 400)

… o custo pode aumentar, mas sempre de forma orientada e justificada pelo médico.

Nos atendimentos por plano de saúde, esses exames são geralmente cobertos — desde que solicitados com indicação clínica e respeitando o rol da ANS.

Deixar para depois pode custar caro

É natural adiar uma consulta médica quando os sintomas não são claros. Mas no caso dos olhos, essa escolha pode ter consequências permanentes. Muitas doenças oculares não causam dor, incômodo ou perda de visão perceptível nos estágios iniciais. Quando o paciente percebe, o dano já é irreversível.

Ir ao oftalmologista regularmente é um gesto simples que pode preservar algo essencial: sua autonomia, sua qualidade de vida, sua visão.

A melhor hora de cuidar da visão é antes de sentir falta dela

Seja para fazer uma avaliação de rotina, revisar o grau dos óculos ou acompanhar uma condição já conhecida, a ida regular ao oftalmologista é um investimento em saúde e bem-estar. E mais do que isso: é uma forma de prevenir doenças graves, que, silenciosamente, podem comprometer sua visão para sempre.

Se você não lembra quando foi sua última consulta, talvez esse seja o momento certo para agendar uma nova avaliação.

 

Analice Gomes é Jornalista e redatora, sendo presente na área ha anos atuando em variso sites na Internet. Aqui ela é responsavel por varias seções de noticias sempre com seu toque especial.

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