A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta segunda-feira (29) uma operação para apurar a suposta atuação de um “núcleo político” dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro (PL). A operação, batizada de “Acesso Negado”, cumpre 13 mandados de busca e apreensão, sendo um deles na residência do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente.
Os alvos da operação são:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e amigo pessoal de Jair Bolsonaro;
- Allan dos Santos, blogueiro bolsonarista;
- Tércio Arnaud, ex-chefe de gabinete da Abin;
- Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da Polícia Federal;
- Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente;
- Daniel Silveira, deputado federal bolsonarista.
A investigação:
A investigação da PF apura a existência de um “núcleo político” dentro da Abin que teria atuado para monitorar e grampear autoridades, políticos e opositores do governo Bolsonaro. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
As buscas:
Nas buscas na casa de Carlos Bolsonaro, os agentes da PF apreenderam celulares, computadores e documentos. Os investigadores também estiveram na sede da Abin, em Brasília, e em outros endereços ligados aos alvos da operação.
Repercussão:
A operação da PF na casa de Carlos Bolsonaro e nos demais endereços ligados aos alvos da investigação teve grande repercussão. O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou a operação como “uma perseguição política”. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a PF está “cumprindo o seu papel”.
A investigação da PF sobre a suposta atuação de um “núcleo político” dentro da Abin é um dos desdobramentos das apurações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Os investigadores acreditam que a Abin pode ter sido utilizada para monitorar e grampear pessoas que participaram das manifestações golpistas.
A operação da PF é um passo importante para esclarecer os fatos e punir os responsáveis pelos crimes. A investigação também é um sinal de que o governo Lula não vai tolerar o uso da Abin para fins políticos.